Contratar um funcionário é um passo importante na vida de qualquer empreendedor. Seja uma pizzaria que já não dá conta das entregas, uma padaria que precisa de ajuda no balcão ou uma loja que está crescendo, chega um momento em que aumentar a equipe se torna inevitável. Neste post, você vai entender quando é a hora certa de contratar, quais os pontos financeiros a considerar, quais cuidados tomar e como se preparar para obrigações como férias, 13º salário e rescisão.
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Quando é a hora de contratar um funcionário?
Nem sempre a resposta está apenas no cansaço do dono. Contratar deve ser uma decisão estratégica. Alguns sinais de que o momento chegou:
- Demanda reprimida: clientes esperando demais pelo atendimento, entregas atrasadas ou filas constantes.
- Sobrecarga do dono: quando você passa mais tempo apagando incêndios do que pensando no crescimento do negócio.
- Perda de oportunidades: você recusa encomendas ou pedidos porque não tem estrutura de atendimento.
- Queda na qualidade: erros em pedidos, demora no caixa, reclamações frequentes.
Exemplo prático: uma pizzaria de bairro que recebe mais pedidos do que consegue entregar nas sextas-feiras pode precisar contratar um motoboy fixo. Já uma padaria que abre às 6h pode necessitar de um atendente extra para não deixar clientes esperando logo cedo.
O impacto financeiro de contratar um funcionário
Antes de contratar, é preciso avaliar o custo real do funcionário. O salário registrado em carteira é apenas uma parte da conta. Veja os principais pontos:
- Salário base: valor combinado com o funcionário.
- Encargos trabalhistas: INSS, FGTS e outros tributos que aumentam entre 70% a 100% do salário bruto.
- Férias e 13º salário: devem ser provisionados ao longo do ano para evitar aperto no caixa.
- Benefícios obrigatórios ou de convenção coletiva: vale-transporte, alimentação, adicional noturno, etc.
- Caixa para rescisão: em algum momento, esse funcionário pode sair ou ser desligado, e você precisará pagar verbas rescisórias.
Exemplo prático: se um atendente recebe R$ 1.800,00 por mês, o custo real para a empresa pode chegar a R$ 3.200,00 a R$ 3.500,00 quando somados encargos e provisões.
Jornada de trabalho e legislação
A jornada de trabalho no Brasil segue regras definidas pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). É importante conhecer:
- Carga horária padrão: 44 horas semanais (8 horas por dia + 4 horas aos sábados, salvo convenção).
- Horas extras: devem ser pagas com acréscimo de 50% no valor da hora normal.
- Intervalos: para jornadas acima de 6 horas, o funcionário tem direito a 1 hora de almoço.
- Descanso semanal: geralmente aos domingos, salvo exceções (como restaurantes e padarias).
Exemplo prático: em uma padaria, pode ser necessário montar escalas para que haja cobertura aos domingos sem descumprir a lei.
Obrigações trabalhistas e do empregador
Ao contratar, o empresário precisa estar ciente das principais responsabilidades:
- Registro em carteira (eSocial): toda contratação deve ser formalizada.
- Férias: 30 dias a cada 12 meses de trabalho, podendo ser divididas em até 3 períodos.
- 13º salário: pago em duas parcelas (até novembro e até dezembro).
- FGTS: depósito mensal de 8% sobre o salário do funcionário.
- Aviso prévio: em caso de demissão, deve ser pago ou cumprido.
- Multa rescisória: em demissões sem justa causa, paga-se 40% do saldo do FGTS.
Aqui, o contador é um aliado fundamental: ele cuida da folha de pagamento, envia obrigações ao governo e evita multas por descumprimento da legislação.
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Pontos de atenção antes de contratar um funcionário
Além do financeiro e das obrigações legais, o empreendedor deve considerar:
- Treinamento inicial: tempo e custo para integrar o novo funcionário.
- Perfil do profissional: contratar alguém com experiência pode reduzir erros, mas também pode custar mais.
- Impacto no caixa: é essencial ter uma reserva de pelo menos 3 a 6 meses do custo do funcionário antes da contratação.
- Demissão inevitável: cedo ou tarde, pode acontecer. Por isso, nunca use todo o faturamento para pagar salários — mantenha uma margem para desligamentos.
Exemplo prático: se uma pizzaria contrata um garçom sem calcular o custo real, pode acabar atrasando o pagamento e gerando passivos trabalhistas que prejudicam a saúde do negócio.
Vale a pena contratar ou terceirizar?
Em alguns casos, terceirizar pode ser mais econômico e flexível.
- Motoboy para pizzaria: contratar fixo garante fidelidade, mas terceirizar por aplicativo reduz encargos.
- Auxiliar de limpeza para padaria: pode ser terceirizado para evitar vínculo direto.
- Gestão contábil: sempre terceirizada para um contador de confiança.
Conclusão: contratar é crescimento, mas exige preparo
Contratar alguém não é apenas uma despesa, é um investimento. Significa que seu negócio está crescendo e que você precisa de ajuda para atender melhor seus clientes. Mas esse passo exige cautela: planejamento financeiro, conhecimento das obrigações legais e apoio de um contador são fundamentais.
Mais cedo ou mais tarde, todo empreendedor vai se deparar com esse momento. A diferença entre o sucesso e a dor de cabeça está no preparo.
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